quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

E agora,José?Apresentarás o teu nome a Vanda ou não?

É árduo o trabalho subjetivo que José precisa percorrer.Palavras dele: "Meu nome não aparecia,lógico,eu desde sempre estive destinado à sombra,mas que palavras minhas fossem atribuias a nomes mais e mais ilustres era estimulante ,era como progredir de sombra"(p 16).Ao se referir as horas que passava lendo o livro que ele escreveu ja publicado diz: "Naquelas horas,ver minhas obras asinadas por estranhos me dava um prazer nervoso,um tipo de ciúme contrário. Porque para mim ,não era o sujeito quem se apossava da minha escrita ,era como se eu escrevesse no caderno dele."( 17-18).
E além disso José nos conta que em seus sonhos(que para nós, psicanalistas, vale ouro) as palavras húngaras vertiam em sua cabeça...por mais que de dia ele tentasse dissipá-las da sua memória.
Pois é, José que escreveu o romance mas é Kaspar Krabbe que vai assinar o livro e ja  esta no Rio p o lançamento.
Nesse entremeio era férias. José compra duas passagens p ir com Vanda p Budapeste, mas a promessa era Paris.No aeroporto ela troca a passagem e cada um viaja para um lugar.
Chega e vai direto ver Kriska.Ao vê-la pensa "Por um segundo imaginei que ela não fosse uma mulher para se tocar aqui ou ali,mas que me desafiasse a tocar de uma só vez a pele inteira".
Quando se despedia de Kriska no caminho p o hotel pensava em ligar p a Vanda.Desejo ou culpa? Porque só pensava.Não ligava.
Quando se referia a Kriska "vinha Kriska toda falante ,os passos dos patins retinindo na calçada,os lampejos de letreiros e faróis na cara..."(p61).E nessas idas e vindas um dia Kriska marca um encontro com ele num café e lhe entrega um cartão com seu endereço.Sábia,não?Em 20minutos José estava lá.Mas ficou 40 minutos em frente ao interfone.Sustentar um desejo é obra de arte,não é mesmo??
"Um mês em Budapeste,na verdade ,significava um mês com Kriska,porque sem ela eu evitava aventurar-me na cidade,receava perder,no vozerio da cidade,o fio de um idioma que vislumbrava apenas pela sua voz"(p 65-66).Que declaração refinada,não??Fica claro que um dos traços eróticos que moveu José foi a voz,a sonoridade do hungaro mas na voz de Kriska.E mais, o qto o fato de estar em outro país, e não na sua lingua materna pode enqto homem falar e fazer mais pelo seu desejo do que no Rio.
 Mesmo assim mais uma vez pronuncia em hungaro adeus.Kriska com um sorriso sem graça lhe diz' de novo"???Pergunto junto com Kriska "De novo"???Embora foi da cozinha p o quarto,p o banheiro.Embora Kriska cravou as unhas nas costas deles quase como p tatuá-lo da experiência vivida ou acordá-lo...mas José se foi.Com seu desejo e com suas dificuldades....

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