domingo, 18 de setembro de 2011

BLUEBERRY E TRITÃO-Um bar e um boteco.Um combinado-descombinado.

Apesar de ainda estar muito triste com a enchente do dia oito de setembro de 2011 em Blumenau e região e por ainda não conseguir escrever sobre resolvi escrever sobre algo que há meses povoa meus pensamentos.
A discrepãncia do combinado-descombinado do blueberry e tritão na cidade de Blumenau.
Para quem não conhece Blueberry é o bar do momento em Blumenau.Bonito,bebidas e petiscos bem interessantes.Lugar bem transado.Música da hora.De vez em quando bandas para la de especial são convidadas a cantar.Pessoas bonitas.Bem bonitas.Um lugar que seleciona por si só quem resolve ir lá!Em geral um público jovem.De vez em quando(imagino.Porque só fui duas vezes la e gostei bastante)aparecem homens e mulheres de quarenta para cima.Aliás os homens e mulheres dessa faixa etária tem que necessariamente serem ou se sentirem bonitos se não estão mais do que fora desse bar.Eu quando fui logo encontrei alguem que conhecia e em senti bem.Embora tenha ido com gente mais nova fui espichando o pescoço para achar pares.rs.Da segunda vez estava tocando eu e minha banda.Tudo de bom.Acabou a música.Hora d eir embora.Gente muito jovem eos quarentões ou quarentonas não estavam lá.Só eu.Céus!!
Mas para quem gosta de bar com música como eu é dificil se sentir sozinha.Além da estética do bar.è um bar que convida a ficar.Na segunda noite uma fila desgraçada para pagar(algo que tem que melhorar nesse bar)fiquei olhando as pessoas ao redor.Todas muito bonitas e me veio um avalanche de falas de pacientes jovens sobre a noite de Blumenau e suas referidas criticas a mesma.todas muito procedentes.
Além disso escutei várias turmas que estavam saindo combinando de irem para o tritão.Não deixei de me surpreender.Embora seja moeda corrente as pessoas acabarem ou esticarem a noite( a noite em Blu acaba deveras muito cedo,certo?)no TRITÂO.
Para quem não conhece TRITÃo é um boteco.Horrivel.boteco em massa eu diria.Como assim??Mesa de lata-marca de alguma cerveja.todas as coisas são plásticas...nõ é de madeira o revestimento,não é na penumbra(um charme como o blueberry) é super iluminado.Ta louco a maquiagem de final de noite la fica muito feia!!O local aos meus olhos é muito frio para um final de noite.Depois do blueberry é demais!!Um combinado-descombinado.Porque enquanto eu ouvia as combinações eu olhava e pensava"com essa roupa tu vais sentar naquela lata"??Com essa maquiagem?Com essa pinta de madame?Com esse gatinho?Ah1Sei lá.Dai sou mais uma prainha.Não é no centro .È na ponta-aguda
mas pelo menos é no escurinho,né??
Olha até vou se ainda tiver enredo.Conversa para colocar em dia senão to fora!!
Esta bem.
Sem exageros.Como boteco ainda vá lá!Mas dai é p ir lá e tomar umas. Mas depois do blueberry para mim é um descombinado!!Só consigo entender como combinado que combina por falta de endereço para onde ir.Viajando-Não rola ,é muita intimidade se alguem convidar todos para irem a sua casa?Um abaixo assinado com bares que sigam até mais tarde.Puxa!è sexta ,é sábado.Esta bem que somos trabalhadores mas gostamos de vadiar também,certo?Amanhecer,dormir mais tarde!Porque só na Oktober??
Ainda seguiremos falando desse descombinado e outros mais em blu.Não deixa de ser uma subversão?Madame e socialite sentados em mesa de lata?Orra,meu!Não sou madame mas gosto de sentar em mesa toda trabalhada..com detalhes...e digo mais até um boteco tem que ter o seu charme.Algo singular.Um estilo.Desculpa gente mas no tritão não consigo encontrar isso!!Para mim é só um endereço por não ter aonde ir.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cotidiano.Uma data singular.08-08-2011.Uma década e um ano sem (e com) meu pai.

Esse fim de semana me habitava um mal estar físico.me sentia fraca.No domingo quando pude descansar mais me senti melhor.Mas tinha um mal estar a mais...Começo a segunda dando aula bem cedo na universidade numa disciplina que adoro.Que é minha prática.Psicanálise.Registro que é dia oito de agosto.
Inicio da tarde o mal estar retorna.AH!Estou com anemia.Descansei.Atendi.Descansei.Acordei mais disposta!!Mas é atendendo uma paciente em que me dou conta que oito de agosto desde oito de agosto de 2000 é uma data que me diz respeito pois é o dia em que meu pai morreu.Exatamente as 19 e 15 e fiz questão de estar a seu lado no hospital até o último respiro.
Mesmo atendendo meus olhos encheram de lágrimas e me dei conta que faziam onze anos...que estava sem sua presença.Sem seus gritos,sem seu cantarolar de manha ao acordar(o qual herdei tal e qual.Sinto um prazer imenso em ACORDAR.As manhãs para mim tem sabor.).Sem suas palavras pontuais.
SEm ele mas com ele nesses onze anos porque simbólicamente ningúem morre.Ainda bem!!è nossa alternativa.Poder continuar sonhando.Tramando diálogos,imaginando o que ele responderia.Inúmeras vezes me peguei conversando em voz alta com ele.
Essa experiência de perder algúem que se ama muito é complexa porque os picos de saudade se alternam.Há momentos de vida que parece que a dor da saudade não vai passar....há dias,semanas,anos que somente a saudade boa que nos habita.lembranças,exemplos,bússolas que seguem nos norteando!!
Como tenho me sentido mais vulnerável seja pelo tratamento que estou fazendo seja pelo periodo de "ressaca" da separação(venda de imóveis,procesos juridicos,etc)essas semanas a saudade se instalou e não quer sair.Sinto saudade da firmeza nos momentos em que expressei dúvidas se daria conta de algo.Como agora tenho essa questão(n é uma pergunta).Portanto exige uma construção.Será que darei conta de criar meus dois adoráveis filhos??Estou certa que a resposta dele seria "E porque não,minha filha"??Que bobagem!!Escuto isso da minha mãe,das minhas irmãs.Mas elas são muito próximas.Ele ou um pai fala de outro lugar!!!
Meus filhos estão se constituindo ainda.Mas algumas operações fundamentais ja se deram e estão indo bem!!Desde a gravidez o pensamento,o desejo que mais me orientou em relação aos filhos foi que tivessem caráter.E nisso me garanto.Na transmissão de valores!!!
Uma das lembranças que acompanhou
esse instante de reconhecer que hj era dia oito de agosto foi a análise anterior que percorri durante mais de uma década.lembranças da minha analista anterior e uma certa ternura,um certo agradecimento por eu ter conhecido a psicanálise e ter percorrido com essa analista um trajeto que me permitiu refazer um PAI para mim.Entre a versão que contei o primeiro dia de análise e como conclui essa análise em relação ao pai e a eficácia de sua palavra e de seu olhar em relação a mim foi uma volta de 360 graus.E isso somente foi possivel por muita disponibilidade de ambas as partes...minha de me deixar trabalhar e pelo desejo dessa analista de me fazer falar!!E é disso que se trata uma análise a cada conto contado se altera o conto ,o contador e os personagens do conto.A cada conto contado se altera um ponto!!Da impressão que todo mundo mudou a sua volta e as vezes é somente voçe que mudou mas por ai provocou mudanças ao redor...Eu pude espichar minhas conversas com meu pai e ele pode falar ao invés de gritar!Nos alteramos imensamente!!
O laço pai e filha obviamente que ja existia mas com muitos ruidos....
meu pai era comerciante.Tinha restaurante.Colocou os sete filhos a trabalhar no verão com ele mas eu e meu irmão que nasceu antes de mim tratavamos de escapar desse oficio.Ele com os esportes.E teve seus periodos áureos.Eu com meu teatro,meus estudos sempre tinha minha agenda cheia. O pai por mais bravo que ficasse tinha tino de comerciante.Investia o que as vezes nem podia em meus estudos,na minha formação,na minha análise.Apostava que essa agenda cheia iria dar num bom lugar!!
Apesar de eu achar irritante as perguntas dele lá em 1992 quando começei a atender.Tipo.Qtos pacientes tu ja tem?Dai ele fazia os cálculos de comerciante...tive oportunidade de ver ele me perguntar anos depois do que as pessoas que eu atendia sofriam.Que pérola,hein??
Penso que dei orelhas para o meu pai a ponto dele parar de gritar tanto e nascerem palavras para me dizer.E ao mesmo tempo ele fez do meu choro(frequente na presença dele),minha inibição de seguir falando,nas respostas monossilabas que eu lhe dava palavras a dizer para ele.E assim fomos espichando nossas conversas...
Pudemos viver ,curtir essa construção de se fazer filha,ele se fazer pai para mim.E obviamente que passou por mudanças com a mãe.Ainda bem que deu p curtir esse periodo porque em seguida ele,nós fomos assolados por um câncer na garganta que em um ano ele morreu.E justo a doença engrossou o caldo quando eu estava prestes a fazer concurso para a disciplina de psicanálise.O concurso foi em maio e ele faleceu em agosto.A médica disse num dia que n tinha mais jeito.e dois dias depois faria a prova do concurso.
Se por um lado tava em frangalhos...por outro vejam só a provocação.primeiro da vida-o sorteio do tema da prova que a gente só sabe um dia antes da mesma foi sobre èdipo.Provocativo,não?E a segunda maravilhosa provocação foi o sonho que tive na madrugadinha do dia da prova.Apenas uma frase."O trabalho é um traço paterno".Não preciso dizer que acordei radiante ,confiante no inconsciente e fui que era um furacão fazer a prova .Sem falsas modéstias.Dei uma aula e tanto.E os alunos (ja dava aula só não era concursada)encheram a sala.A banca sumiu(rs)no meio daquele povo todo.POis é fui aprovada em primeiro lugar.Fiz valer o tal do traço paterno!!!
Nessa nova análise que estou percorrendo temos falado de coisas mais atuais..mas algo que achei lindo que queria compartilhar foi em relação a escolha do oficio de (ser)analista.Estava contando que tive um pai gritão(que passou a falar) e uma mãe muda(e embora eu desde pequena enchia a paciência dela com minhas perguntas não tinha tido muito sucesso.Ela segue sendo mais calada...quem mudou fui eu que me contento em comentários sobre novela,um chimarrão da hora,sua presença na minha casa,sua presença com meus filhos.)A analista não deixa por menos.Como não?Tu justamente escolheu trabalhar com as palavras.Fazer os outros falarem(das coisas mais intimas)é oficio de um analista.Penso eu ,então.Puxa!Entre um grito e um silêncio-as palavras!!Isso é transformar sintoma em talento,em arte.Arte no sentido estético mas tbém de arteira.De transgredir,de subverter e de inventar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Encontros e desencontros

Sabemos por experiência que se relacionar é uma arte.Que se dura não é porque é fácil mas porque ambos acham que vale a pena.E tratam de lidar com os dissabores e inventar estratégias para animar o desejo do outro.
Há aqueles que desistem antes de entrar,os que se satisfazem somente com a arte da conquista.Depois perde a graça.
Mas particularmente o que tem me intrigado são os homens ,com o masculino que diante de quqlquer dissabor se desconecta.larga as chuteiras.E voçe sabe que segue a paixão,o desejo,a gana de querer estar junto mas...e tramando com as amigas qual sera a medida com esses homens ja que de uma hora para outra se afastam uma longa temporada ou se vão mesmo.
Fico cá pensando qual é a medida dessa possibilidade moderna que uma mulher tem de expressar seu desejo e até que ponto essa possibilida não causa inibição ou sei la o que?!
Me vejo sempre tramando com as amigas qual é a medida com um determinado homem em questão.Medida no sentido do quanto se fazer presente,do quanto se ausentar.Presença de mais sufoca qlquer um!Ausência demais não deixa registro,não faz cadeia...não faz história.``E o velho Freud foi um mestre qdo disse não há um saber sobre o sexual...a gente vai construindo...e qdo menos espera engata o desejo do outro e vai se construindo saberes parciais,temporários,até que outra experiencia nos tome de novo e ficamos a pensar.Como agir agora?Não tem revista Cláudia ,nem mesmo experiencia que dê conta.È viver mais uma vez o não saber...para poder vir a saber.Mas essa é a graça não é mesmo???

cena cotidiano-no mesmo passo

Num desses finais de semana de praia em pleno outono.Um dia lindo de sol.Estava caminhando na praia e tinha um festival de cças pequenas com seus pais.Impossível não olhá-lhas.
Mas uma cena em especial me chamou atenção.Todos sabem como é o andar de uma cça pequena.entre um ano e tres meses mais ou menos.Andam de perna aberta .Meio cambaleando.E qluer coisa os distrai.Portanto exige de quem tiver em sua companhia paciencia e uma certa lentidão p acompanhá-lo na caminhada.
Eu no meu ritmo acelerado fui interrompida por uma cena plática,estética e poética.Uma cça pequena cambaleando,no seu jeitinho de se equilibrar nesse mundão...de mãos dadas com sua mãe.Que andava no seu ritmo,pernas abertas,cambaleantes.Pois essa mamãe estava com a perna engessada e estava com muleta.Olhando não dava para saber quem estava levando quem .Me pareceu com certeza que cada um estava acompanhando no mesmo passo o outro.

continuando....

Também tínhamos um ponto em comum que era as experiencias em análise(as que eu ja percorri).A que Barbara iniciava e ríamos do que fazíamos como pacientes...
As trocas de trabalho prinicipalmente na saude mental.Além disso frequenta minha casa,brinca com meus filhos.Sabe dizer deles.
Os romances nesse meio tempo foram assuntos de dias e dias...que capacidade de fantasiar o mundo feminino tem...e porque não?
Essa gana de viver e apostar de novo anima essa amizade.
Temos nossas diferenças e não são poucas.o fato de Barbara não falar qdo algo lhe encomoda ou pelo menos demorar ou ser super resumida ao dizer ...São coisas que me irritam mas tem tantas outras coisas com valor inestimável que vale a pena.Entre eles :cumplicidade.solidariedade.verdade,afetividade,disponibilidade p festa e p as coisas dificeis da vida.Uma pérola de amizade!!

continuando...amizade

Então meus visitantes reclamaram pelo intervalo grande sem escrever!!
Acumúlo de trabalho.Momento delicado de vida mas cá estou.
Como dizia a amizade com a Barbara nasceu em um período pra la de delicado,mas no entremeio há tantas confusões e dissabores foi possivel ir falando,trocando outras experiências de vida.Afinal o foco ,o que me tirava do sério eram os restos de uma conjugalidade desfeita.
Fomos encontrando vários pontos em comum.A vaidade,o cuidados com o corpo.E ai os tre-le qdo beber,qtas vzs por semana caminhar davam um colorido todo especial pois era regado com conversas,risadas.E da minha parte tava dando uma volta decisiva.Depois de tantas repetições em relação a construir uma medida para meu corpo que repousasse na minha subjetividade de tal forma que os dois corpo-eu,casa-eu dançassem juntos numa bela sintonia.Falando em dançar.Pois bem tanto tempo sem dançar que achei que não sabia,não gostava.Foi com Barbara que descobri desde a primeira vez que só tava esquecido pois dançei com uma soltura invejável!!!
Como toda amizade é de mão dupla.Barbara fazia um tempo que havia acabado um namoro,estava flexionando amizades...então tbém estava num momento de sair,fazer novas amizades,se encontrar com os olhares masculinos novamente.E por ai tínhamos todos os dias muito o que contar uma para outra.Uma reinicindo e outra recomeçando!!

domingo, 15 de maio de 2011

Amizade cotidiana ,diária ,complexa com Barbara!

Conheci Barbara também na Furb.O primeiro encantamento foi do interesse sincero para além das atividades obrigatórias da minha disciplina frente aos atendimentos clinicos.
Os alunos da sua turma tinham que assistir um acolhimento que eu fazia(na sala de espelho)e depois relatar,discutir.Mais tarde eles mesmo atenderiam.
O caso que acolhi era de um jovem que quase nem falava,além disso tinha uma gagueira.Mas quando lhe falava algo que lhe tocava.Levantava a cabeça e falava sem gaguejar algo.Diagnoticado como esquizofrêncio.Nem longe se tratava disso.Barbara seguia vindo ver os atendimentos desse jovem e comentava,tinha hipoteses mas principalmente era sensivel aquele sofrimento.Isso me chama atenção.Primeiro porque sou apaixonada pela clinica.Que bom encontrar mais algúem!!E também pela sensibilidade.Pois aliado a isso estava em crise no casamento.Flávia estava dando seus intervalos.Uma amiga de anos que vivia em Blu estava distante e eu também.As coisas são sempre de mão dupla.E começamos a tagarelar fora de sala de aula.Começou a frequentar o serviço que coordeno( o de saude mental.Começou a frequentar a minha casa.Acompanhava-me nos programas conjugais e familiares.Era muito bem vinda na minha casa.Os filhos a adoraram.Se torna também a tia Barbara.
Quando saiamos descobriamos gostos em comum.AS caipirinhas.A vaidade feminina.O se enfeitar.E ai vai aparecendo um dos asuntos prediletos das mulheres o amor,as paixões,os romances.
Barbara acompanha de perto o desmoronar de meu casamento.E o esforço ,o desespero num primeiro momento de me ver sozinha.Estava muito dentro do casamento Mas aos poucos pelo que eu lhe dizia,pelo que ela via com seus próprios olhos viu que algo havia se rompido mesmo!!
Só por isso essa amizade já é forte.Acompanhar de perto uma amiga se s eparar e ainda com filhos.è pra lá de forte,triste,desgastante.POis esse assunto era muitas vezes a cena principal do que eu tinha a contar.E da parte dela queria me contar dos efeitos de um nico namoro,da sua vida familiar,dos s eus dilemas no trabalho,suas inquietações intelectuais.
È assim que essa amizade nasce.Com sensibilidade,tristeza e alegrias simples regadas a caipirinhas.
Como as cças acordaram sigo escrevendo o rumo dessa amizade outra hora.